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Choque cardiogênico em paciente com síndrome inflamatória multissistêmica tardia e secundária a dengue - um relato de caso

Ferreira, João Vitor Miranda Souto , Tunes, M. T., Verginio, H. R., Araujo, O. M., Calil, V. A. A., Santos, F. R. Q.
FACULDADE MEDICINA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – FAMERP - - SP - BRASIL

RELATO DO CASO: Choque cardiogênico em paciente com síndrome inflamatória multissistêmica tardia e secundária a dengue - um relato de caso

Revisão bibliográfica: A dengue é uma arbovirose cujas manifestações clínicas variam de infecções assintomáticas a uma doença grave, podendo levar a disfunção miocárdica grave. Seu reconhecimento na maioria das vezes não é precoce, levando a altas taxas de mortalidade. A abordagem terapêutica do choque cardiogênico da dengue continua sendo de suporte e muito desafiador. 

Descrição de caso: R.O.S., feminino, 55 anos, hipotireoidea, neoplasia de mama tratada em 2019 com mastectomia e quimioterapia. Admitida com história de dengue há 02 meses, iniciou há 01 mês quadro de dor torácica, ortopnéia e dispnéia aos pequenos esforços, com piora progressiva há 01 dia da admissão. Admitida em mal estado geral, febril, taquidispneica com uso de musculatura acessória e necessidade de oxigenioterapia, evolui com instabilidade hemodinâmica e necessidade de droga vasoativa. Ao exame físico  estertores crepitantes em bases pulmonares, taquicárdica e sopro diastólico 2+/6+ em foco mitral. Realizado eletrocardiograma com ritmo de flutter atrial, radiografia de tórax com aumento da trama vascular bilateralmente, péptido natriurético tipo B de 3631, com demais exames laboratoriais dentro da normalidade, exceto IgG reagente para vírus da dengue. Optado por internação e manejo de primo descompensação de insuficiência cardíaca. Evolui em 24h da admissão com instabilidade clínica e choque cardiogênico, em ecocardiograma beira leito apresenta disfunção ventricular esquerda importante, acinesias de paredes, com  progressão de drogas vasoativas, inotrópicas e balão intra-aórtico, além de insuficiência respiratória com necessidade de ventilação mecânica com tubo endotraqueal, evolui abruptamente com insuficiência renal aguda, insuficiência hepática aguda, provas inflamatórias elevadas (ferritina de 18.066) e discrasias sanguíneas. Adicionado terapias como azul de metileno, vitamina C, tiamina, furosemida em bomba de infusão contínua, a fim do manejo hemodinâmico e volêmico. Sendo refratária às medidas de  suporte intensivo, a paciente evoluiu para óbito dentro de 72 horas da admissão.

Conclusão: A associação entre choque cardiogênico e dengue grave é rara. A identificação precoce é crucial para melhores desfechos clínicos. Este relato de caso reforça a necessidade de uma abordagem multidisciplinar para o manejo dessas condições, destacando a importância de reconhecer e tratar as manifestações cardiovasculares em pacientes com dengue grave.

 

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