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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

IMPACTO DA OCLUSÃO CORONARIANA AGUDA EM PACIENTES COM INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO SEM SUPRADESNIVELAMENTO DO SEGMENTO ST EM HOSPITAL PRIVADO DE SÃO PAULO

Tamborini, M. L. R. , Leite, I. S. L.
HOSPITAL SIRIO LIBANÊS - - SP - BRASIL

Introdução: A síndrome coronariana aguda (SCA) persiste como uma das principais causas de morte no mundo, a despeito de grandes avanços diagnósticos e terapêuticos. A sistematização do atendimento da SCA, com base na classificação do infarto agudo do miocárdio (IAM) em IAM com supradesnivelamento do ST (IAMCSST) X IAM sem supradesnivelamento do ST (IAMSSST), foi responsável por expressiva redução de mortalidade. Entretanto, nos últimos anos, muitos trabalhos conseguiram expor a fragilidade desse modelo em identificar pacientes com oclusão coronariana aguda (OCA), achado associado a piores desfechos clínicos. Métodos: Trata-se de um estudo observacional retrospectivo, com coleta de dados através da revisão de prontuários eletrônicos. Foram incluídos pacientes atendidos em hospital privado de São Paulo entre 2021 e 2024, com diagnóstico de IAM, e divididos em três subgrupos: IAMCSST, IAMSSST sem OCA (NOCA), e IAMSSST com OCA. Análise Estatística: A comparação das variáveis contínuas sem distribuição normal foi realizada pelo teste de Kruskal-Wallis, e das variáveis categóricas, pelo teste do qui-quadrado. O nível de significância estatística foi estabelecido em p < 0,05. Resultados: A análise da população final, composta por 233 pacientes, mostrou que 19,7% dos pacientes com IAMSSST apresentavam OCA, com maior percentual de pacientes em Killip IV (10%) e maior gravidade clínica em relação ao NOCA, com escores TIMI (3,7 vs. 3,5) e GRACE (146,7 vs. 142,4) mais elevados. Padrões eletrocardiográficos sugestivos foram identificados em um terço dos casos com OCA. A redução da fração de ejeção do ventrículo esquerdo foi mais acentuada no grupo OCA (-10% vs. -2% no NOCA, p=0,01), com níveis mais elevados de BNP (290 pg/mL vs. 103 pg/mL no NOCA, p=0,04, e 71 pg/mL no IAMCSST, p=0,01) e de troponina (9 ng/L vs. 1,3 ng/L no NOCA, p=0,005). Pacientes com IAMSSST OCA apresentaram maior tempo até o cateterismo cardíaco (10,1 horas vs. 1,3 horas no IAMCSST, p<0,001), com a artéria circunflexa identificada como o vaso culpado mais frequente (43% dos casos), e maior duração de internação em comparação ao grupo NOCA (6,5 dias vs. 5 dias, p=0,02). Conclusão: Embora os avanços terapêuticos tenham reduzido a mortalidade associada à SCA, este estudo destaca as limitações da abordagem IAMCSST/IAMSSST em identificar precocemente pacientes com OCA. Nesse contexto, o paradigma OCA/NOCA surge como alternativa de maior acurácia, o que poderia permitir intervenções mais oportunas e melhores desfechos clínicos.

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