Introdução: A incidência do Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) vem aumentando nos últimos anos, representando um desafio de saúde pública global. O DM2 representa um importante fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV), logo essa forte associação destaca a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do manejo adequado devido às altas taxas de morbi-mortalidade por ambas comorbidades. Para isso se faz necessária a compreensão do perfil epidemiológico de pacientes com DM2 a fim de identificar grupos de risco e direcionar ações de prevenção.Métodos: Trata-se de uma análise epidemiológica, descritiva e transversal. Os dados foram obtidos através do banco de projeções Global Burden Disease, do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (IHME) entre 2018 e 2021, no Brasil e nos Estados Unidos utilizando as variáveis sexo e faixa etária.Resultados: No período estudado, os Estados Unidos totalizaram 275.253 óbitos enquanto o Brasil registrou 246.930 óbitos, sendo observado um aumento da mortalidade por DM2 em ambos os países. Em relação ao sexo, os homens representaram a maior parte dos óbitos totais dos Estados Unidos (56,4%), no entanto a maior parte dos óbitos na população norte-americana a partir dos 80 anos foi predominantemente nas mulheres durante todo o período (54,5%). Já no Brasil houve uma inversão do padrão, na qual a maior parte dos óbitos ocorreu na população feminina (54,1%), principalmente a partir dos 70 anos, porém a população masculina contemplou a maior parte dos óbitos na faixa etária entre 25-64 anos em todos os anos. No que se refere a faixa etária, em ambos países a população idosa foi a mais acometida, sobretudo a partir dos 80 anos, representando 95.270 (34,6%) óbitos nos Estados Unidos e 77.593 (31,4%) óbitos no Brasil.
Conclusões: A mortalidade por DM2 tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos aumentou entre os anos de 2018 a 2021. Em ambos países, 2021 foi o ano com maior incidência de óbitos, sobretudo na população idosa acima de 80 anos. Em relação às disparidades, os Estados Unidos apresentaram maior número de óbitos durante o período estudado, com maior prevalência no sexo masculino, enquanto no Brasil a prevalência de óbitos foi mais presente no sexo feminino.