INTRODUÇÃO: O inclisiran, um pequeno RNA de interferência (siRNA), reduz os níveis de LDL-C ao inibir a síntese da PCSK9, proteína envolvida na regulação do colesterol pelos receptores hepáticos. Com administração semestral, destaca-se por sua eficácia e boa tolerância, mostrando-se promissor na redução de eventos cardiovasculares adversos, como o infarto agudo do miocárdio (IAM). Esta revisão sistemática avaliou sua eficácia na redução do risco cardiovascular, com ênfase no IAM. METODOLOGIA: Foi realizada uma busca sistemática nas bases PubMed e Cochrane Library, conforme as diretrizes PRISMA, utilizando os descritores “Inclisiran” e “Myocardial Infarction”. Foram incluídos ensaios clínicos randomizados (ECRs) que compararam inclisiran com placebo ou tratamento padrão em indivíduos com LDL-C > 70 mg/dL. A seleção foi feita por revisores independentes, e a qualidade metodológica foi avaliada com a ferramenta Cochrane Risk of Bias 2.0. Os dados extraídos incluíram características dos participantes, intervenções, desfechos e resultados, sintetizados narrativamente com cálculo do risco relativo (RR) e intervalos de confiança de 95%. RESULTADOS: Os quatro estudos analisados demonstraram que o inclisiran reduz o LDL-C em mais de 50%, com efeito sustentado. Houve redução de 26% no risco de eventos cardiovasculares adversos maiores (ECAM) (IC 95% 0,58-0,94), incluindo 28% na mortalidade cardiovascular (IC 95% 0,56-0,91), 23% no risco de IAM (IC 95% 0,61-0,91) e 35% no risco de acidente vascular cerebral (IC 95% 0,49-0,88). O inclisiran apresentou um perfil de segurança semelhante ao do placebo, com eventos adversos leves a moderados, principalmente no local da injeção, sem aumento significativo de eventos graves. A análise exploratória indicou um potencial benefício na redução de eventos cardiovasculares, mas estudos adicionais são necessários para confirmação a longo prazo. CONCLUSÕES: Os achados desta revisão sistemática sugerem que o inclisiran é uma terapia eficaz para redução do LDL-C e prevenção de eventos cardiovasculares adversos em pacientes de alto risco. Seu regime de administração semestral favorece a adesão ao tratamento. No entanto, são necessários estudos com acompanhamento prolongado para consolidar seu papel na prevenção cardiovascular.