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PERICARDITE AGUDA: DIAGNÓSTICO DESAFIANTE E O PAPEL CRUCIAL DA BIÓPSIA PERICÁRDICA

MARCOS EDUARDO BELEBONI NISHI, BRUNO BENTO KANAAN, SAMYR CASTELO LABRICHOSA GAZZONI, ELZO THIAGO BRITO MATTAR, ANNA CLARA DE MELO SOUSA FERRO, BÁRBARA MARIA COUTINHO SILVA, MARIA PAULA BELINI, FERNANDO AKIO YAMASHITA, MATEUS LOBATO LOPES MOREIRA, LUCAS LIMA REZENDE
FACULDADE MEDICINA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – FAMERP - - SP - BRASIL

Introdução: A pericardite aguda (PA) é uma síndrome autolimitada caracterizada pela inflamação do pericárdio, manifestando-se com dor torácica, atrito pericárdico e alterações eletrocardiográficas. A efusão pericárdica pode variar de mínima a volumosa, podendo evoluir para tamponamento cardíaco. Em alguns casos, a investigação etiológica é essencial para excluir diagnósticos diferenciais. A biópsia pericárdica (BP) se apresenta como uma ferramenta crucial nesse contexto, sendo indicada quando há falha no tratamento padrão ou recorrência persistente, suspeita de malignidade (neoplasia), doenças autoimunes ou infecciosas raras, ou derrame pericárdico volumoso/tamponamento cardíaco quando outras investigações não fornecem respostas claras.

Métodos/Resultados:Paciente masculino, 48 anos, sem comorbidades, com quadro de pericardite iniciado em novembro de 2024, com alterações eletrocardiográficas típicas. Evoluiu com recorrências, necessitando reinternações em janeiro e fevereiro de 2025. Exames laboratoriais (troponinas, sorologias, marcadores de autoimunidade e função tireoidiana) foram negativos. Foi realizada punção, drenando 200 mL de líquido sero-hemático, com cultura negativa e citopatologia sem células neoplásicas. A histopatologia revelou pericardite fibrinopurulenta com proliferação epitelial atípica, mas a imunohistoquímica descartou neoplasia, confirmando hiperplasia mesotelial reativa. A pericardite aguda é autolimitada, com duração de 1 a 3 semanas, e é caracterizada por supradesnivelamento do segmento ST no eletrocardiograma. Suas complicações incluem miocardite, derrame pericárdico, tamponamento e pericardite constritiva. Suas causas variam entre infecciosas (principalmente virais) e não infecciosas, como doenças autoimunes e malignidades. A recorrência ocorre em 15 a 30% dos casos, especialmente em pacientes jovens e nos que interrompem precocemente o tratamento anti-inflamatório.

Conclusão: A PA é uma condição autolimitada, com evolução imprevisível, exigindo uma abordagem diagnóstica criteriosa para descartar etiologias  potencialmente graves, já que o diagnóstico continua desafiador devido à ampla variabilidade clínica e etiológica. O caso apresentado destaca a importância da BP como ferramenta essencial na diferenciação entre inflamação e neoplasia, evitando diagnósticos errôneos e tratamentos desnecessários. Dessa forma, a investigação aprofundada e o manejo preciso continuam sendo pilares fundamentais na abordagem da pericardite, garantindo melhores desfechos e qualidade de vida aos pacientes.

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