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DESAFIOS CLÍNICOS E PALIATIVOS NO MESOTELIOMA PERICÁRDICO MALIGNO: RELATO DE CASO COM SOBREVIDA PROLONGADA

Anna Clara De Melo Sousa Ferro, Mateus Tramontini Tunes , Heitor Rubio Verginio, Carolina Ferreira Iglesias Brandi, Barbara Maria Coutinho Silva, Leonardo Estrela Thome, Octávio Marinzek Araújo, Ana Palmira Lima Neves, Mateus Lobato Lopes Moreira, Juliana Leite Salviano
FACULDADE MEDICINA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – FAMERP - - SP - BRASIL

INTRODUÇÃO: O mesotelioma maligno pericárdico (MMP) primário é uma neoplasia rara e agressiva, de sintomas inespecíficos e diagnóstico tardio. Poucos casos foram relatados na literatura, a maioria diagnosticados post-mortem. Não há tratamento padrão estabelecido, mas a cirurgia radical é a principal abordagem para doença localizada com sobrevida média inferior a seis meses.

MÉTODOS/RESULTADOS: Paciente feminina, 57 anos, com hipertensão arterial sistêmica (HAS), hipotireoidismo e comunicação interatrial (CIA) e interventricular (CIV). Em 2015, iniciou dispneia e dor precordial atípica, sendo identificado derrame pericárdico significativo. Foram drenados 750 ml por janela pericárdica, evidenciando pericardite crônica inespecífica leve. Considerando tuberculose pericárdica como diagnóstico, iniciou-se tratamento com Coxcip e prednisona, suspensos posteriormente devido à hepatite medicamentosa. Em 2016, mantiveram-se os sintomas, evoluindo com novo derrame pericárdico e sinais de tamponamento cardíaco, necessitando punção de Marfan. A tomografia revelou grande massa mediastinal envolvendo vasos cardíacos e estruturas torácicas, associada à volumoso derrame pericárdico (figuras 1 e 2). Após estabilização clínica, foi submetida à cirurgia cardíaca para correção de CIA, CIV e retirada da massa, postergada anteriormente devido ao tratamento de suposta tuberculose pericárdica. A biópsia confirma mesotelioma pericárdico epitelial irressecável com infiltração focal e periaórtica. Iniciou quimioterapia com Cisplatina e Pemetrexede, mas houve progressão da doença com metástases ósseas e esplênicas. Mudou-se o esquema para Cisplatina e Gemcitabina, suspendendo a Cisplatina por reação anafilática. Atualmente, segue com cardio-oncologia devido à insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEP) e HAS, necessitando reexposição à quimioterapia devido a metástase em linfonodos mediastinais (figura 3). Nove anos após o diagnóstico, apesar da sobrevida inicialmente estimada em menos de seis meses, permanece oligossintomática sob tratamento paliativo e controle de fatores de risco cardiovasculares.

CONCLUSÕES: O MMP é raro, acometendo pacientes entre 3 e 80 anos, com média de 46 anos, sendo mais comum em homens e possui etiologia incerta. A ressecção cirúrgica é o tratamento principal, sendo na maioria dos casos  inviável, levando a abordagem paliativa. Desta forma possui prognóstico sombrio. Neste caso apresentado destaca-se a excepcional sobrevida da paciente de 9 anos acima da expectativa média (6 meses), e mantendo-se com boa qualidade de vida.

 

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