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Cardiomiopatia de Takotsubo em uma paciente com COVID-19 leve: um relato de caso

Thaís Grecca Andrade, Arthur Santa Catharina, Cinthia Santos Silva Piedade, Maria Lígia Ciscon, Fernanda Betanho Mori, Marcelo Lopes Montemor, Maurício Marson Lopes, Pedro Passaglia Neto, Rogerio Codeiro Filho, Julia de Castro Marti Fraiha
PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS – PUCAMP - - SP - BRASIL

INTRODUÇÃO: A cardiomiopatia de Takotsubo (STT) caracteriza-se por anormalidade transitória na contratilidade do ventrículo esquerdo (VE), na ausência de obstrução coronariana significativa. Acredita-se que sua fisiopatologia esteja relacionada à hiperativação catecolaminérgica, desencadeada por eventos estressantes emocionais ou físicos. Este relato descreve um caso de STT causada por infecção por COVID-19 leve.

CASO: Paciente do sexo feminino, 73 anos, portadora de asma e síndrome demencial foi admitida em pronto socorro com dor torácica de forte intensidade e irradiação para membro superior esquerdo e dorso, associada a náuseas e vômitos, sem alteração de sinais vitais. História de sintomas gripais 7 dias antes do surgimento da dor e diagnóstico de COVID positivo. O eletrocardiograma (ECG) mostrou inversão profunda da onda T em V1-V6, DII, DIII, aVF, DI e aVL e onda Q em DII, DIII e aVF (Figura 1). Nos exames laboratoriais, troponina I de 0,48 e 0,28 ng/mL (valor de referência <0,01ng/mL) e NT-pro-BNP de 12586 pg/mL. O ecocardiograma mostrou discinesia apical com fração de ejeção estimada do ventrículo esquerdo (FEVE) de 62%. Encaminhada à coronariografia, sem lesões obstrutivas significativas, e à ventriculografia esquerda, com balonamento apical. A ressonância cardíaca evidenciou discinesia de segmento anterior apical e hipocinesia dos segmentos anterior, septal e inferior apical e hipersinal nas imagens pesadas em T2 em segmentos apicais, compatível com edema miocárdico e ausência de fibrose (Figura 2), firmando diagnóstico de STT. Paciente evoluiu com melhora dos sintomas, sem recorrência de dor ou queixas respiratórias. ECG com mesmo padrão de entrada. Recebeu alta após 5 dias de internação.

DISCUSSÃO: Durante a pandemia de COVID-19, foi registrado aumento do número de casos de STT e o primeiro relato de STT por COVID-19 é de maio/2020. O perfil típico de pacientes enquadra mulheres acima de 60 anos, com dor torácica e dispneia. É frequente troponina e BNP elevados e evolução com disfunção de VE (FEVE ≤ 40%). Estudos propõem que o Sars-Cov-2 provoca lesão cardíaca de variadas formas. Inclui-se lesão miocárdica direta, tempestade de citocinas pró-inflamatórias e aumento de catecolaminas. Além disso, o estresse emocional pelo próprio diagnóstico de COVID seria significativo como gatilho.

CONCLUSÃO: Este relato mostra um caso de STT por COVID-19 e ilustra mais uma complicação da infecção. Ainda, reforça a necessidade de mais estudos sobre mecanismos de lesão cardíaca e meios de intervenção precoce para melhores desfechos.

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