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Diagnóstico diferencial entre forame oval patente e tumor cerebral em paciente apresentando déficit de fala e parestesia de membro: um relato de caso.

Gabriela Ribeiro da Silva , Maria Júlia M Engler , Mariana I Ferreira , Laura D da Costa , Giovanna Q Ortali , Beatriz B S Nunes , João Vitor G Trindade , Arthur V O Malheiros , Edinaldo Jorge P Malheiros
Hospital Sepaco - SP - SP - BR

Introdução: O forame oval é uma comunicação interatrial fetal fisiológica que é interrompida após o nascimento. Quando persistente, essa condição chama-se forame oval patente (FOP) e pode causar complicações cerebrais relevantes. O tumor cerebral primário mais comum é o meningioma, um tumor benigno, cuja origem são as meninges. De acordo com sua localização e tamanho, o quadro clínico pode ser desde cefaleia persistente, até convulsões, déficits neurológicos e alterações cognitivas. O objetivo deste relato de caso é apresentar o processo de diagnóstico diferencial entre FOP e tumor cerebral em um paciente com déficit de fala e parestesia de membro. Relato do caso: Mulher, 45 anos, previamente hígida, iniciou sintomas intermitentes de parestesia em membro superior direito e fala lentificada há 5 anos. Ao procurar atendimento cardiológico, foi diagnosticada com FOP através do ecocardiograma transesofágico, que evidenciou fração de ejeção de 67%, presença de FOP de 2,7 mm de diâmetro, 15mm de comprimento com shunt restritivo da esquerda para direita e aneurisma do septo interatrial de 29 mm de base e 15 mm de altura. Diante da hipótese diagnóstica de ataque isquêmico transitório (AIT) de origem cardioembólica, agendou-se uma oclusão percutânea do FOP. Dias após, procurou pronto atendimento referindo piora dos sintomas há 7 dias, sendo internada devido ao alto risco do AIT evoluir para acidente vascular cerebral (AVC). Na ocasião, para aplicar o Escore RoPE, que avalia a probabilidade de AVC em pacientes com FOP, foi realizada uma angioressonância magnética de crânio buscando a presença de infarto cortical. Porém, o exame apresentou lesão expansiva extra-axial na fossa posterior esquerda, comprimindo o hemisfério cerebelar, compatível com meningioma. Dado o risco de óbito e sequela neurológica grave e definitiva, optou-se pela abordagem neurocirúrgica de urgência e suspensão de oclusão do FOP. Discussão: Tanto FOP quanto tumores cerebrais podem provocar sintomas neurológicos semelhantes por diferentes fisiopatologias, incluindo afasia e parestesia. O FOP pode permitir a passagem de êmbolos para a circulação cerebral causando AIT ou AVC criptogênico, já os tumores, como o meningioma, podem comprimir ou infiltrar áreas responsáveis pela linguagem e sensibilidade. Conclusão: Sabe-se que FOP e tumor cerebral podem mimetizar sintomas de AVC, portanto, frente a esses casos é essencial uma investigação ampla, minuciosa e precoce da etiologia, considerando seus diagnósticos diferenciais para que o cuidado com o paciente seja assertivo e o prognóstico mais favorável.

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