As cardiomiopatias afetam a musculatura cardíaca e representam um grande desafio para a saúde das mulheres em idade fértil, que estão mais vulneráveis a complicações cardíacas, especialmente durante a gestação e no pós-parto. A cardiomiopatia periparto, por exemplo, pode levar à insuficiência cardíaca devido à sobrecarga imposta pela gravidez, colocando mulheres com essa condição em alto risco de falência cardíaca e morte. Este estudo transversal analisa dados epidemiológicos obtidos do Sistema Único de Saúde (DATASUS), na subseção do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM). A coleta de dados foi direcionada para os registros de cardiomiopatias em mulheres de 10 a 49 anos, no Brasil, no período de 2013 a 2023. Foram consideradas as variáveis "regiões", "sexo", “cor/raça”, “local de ocorrência”, “morte durante gravidez/puerpério ou não informado” e “faixa etária”. O objetivo foi realizar uma comparação simples dos resultados para formar o perfil epidemiológico dos pacientes. Durante o período analisado, houve 5.931 óbitos por cardiomiopatias em mulheres em idade fértil no Brasil. A região Sudeste registrou 3.644 óbitos, seguida pela região Nordeste com 1.213. Quanto à faixa etária, 3.272 casos ocorreram em mulheres de 40 a 49 anos, 1.561 entre 30 e 39 anos, 707 entre 20 e 29 anos e 226 entre 15 e 19 anos. Em relação à cor/raça, o maior número de óbitos foi entre mulheres pardas (2.642), seguidas pelas brancas (2.342) e pretas (790). Em termos de local de ocorrência, a maioria dos óbitos (3.219) ocorreu em ambiente hospitalar, seguido de 1.519 casos em domicílio, 847 em outros estabelecimentos de saúde e 68 em via pública. Do total de mortes, 117 estavam relacionadas ao período de gravidez, parto e puerpério, tendo 20 casos ocorrendo durante a gravidez, parto ou aborto, 26 até o 42º dia de puerpério e 71 entre o 43º dia até o 1º ano de puerpério. Outros 3.736 episódios não estavam relacionados a esse período, e 2.078 óbitos não tinham o status informado quanto a essa variável. As cardiomiopatias em mulheres de idade fértil apresentam uma mortalidade significativa nas regiões Sudeste e Nordeste do Brasil. A maioria dos óbitos ocorreu em mulheres de 40 a 49 anos, com maior prevalência entre pardas e brancas. A prevalência dos óbitos ocorreu em hospitais. Embora grande parte dos casos não tenha relação com o período de gravidez, parto ou puerpério, uma porção considerável de óbitos ainda está associada a essas fases, destacando a necessidade de uma atenção especial a essa população para reduzir os riscos e complicações relacionadas às cardiomiopatias.