Análise epidemiológica do número de óbitos por doenças cerebrovasculares no Brasil de 2019 a 2023
INTRODUÇÃO: As doenças cerebrovasculares são condições que afetam os vasos sanguíneos do cérebro e podem ser classificadas em dois tipos: acidentes vasculares cerebrais (AVCs) isquêmicos, causados por coágulos sanguíneos ou depósitos de gordura nas artérias, e AVCs hemorrágicos, resultados do rompimento de vasos cerebrais, geralmente associado à hipertensão arterial. Os principais fatores de risco incluem idade avançada, sexo masculino, histórico familiar, diabetes, tabagismo, hiperlipidemia, hipertensão e obesidade. Entre as emergências cardiovasculares mais comuns estão o AVCs, uma das principais causas de mortalidade e morbidade no mundo, os aneurismas cerebrais e a estenose arterial. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo retrospectivo, baseado na análise do banco de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). O período analisado integra os anos de 2019 a 2023, com foco na avaliação do número de óbitos por doenças cerebrovasculares no Brasil. RESULTADOS: As doenças cerebrovasculares no Brasil constam a região Sudeste com a maior mortalidade entre as regiões brasileiras em 2019, com 43.171 óbitos, seguida da região Nordeste, Sul, Norte e, em menor número, região Centro-Oeste, com 6.396 óbitos. Foi observado também que a região Sudeste permaneceu com a maior mortalidade entre 2019 e 2023, onde neste último ano obteve 44.403 óbitos, bem como a região Centro-Oeste, que se manteve com o menor número de óbitos durante este período, sendo o menor registro em 2019. Além disso, o número total de óbitos no Brasil por essas emergências cardiovasculares em 2019 foi 101.074, com redução em 2020 para 98.843, mas aumentou ao longo dos anos, sendo a maior mortalidade em 2022, com 107.322 óbitos, e diminuindo novamente em 2023 com 104.988 óbitos totais. CONCLUSÃO: A região Sudeste possui o maior número de óbitos por doenças cerebrovasculares no Brasil entre 2019 e 2023, em comparação às demais regiões, com um aumento de 1.232 óbitos ao longo do período. Esse perfil reflete não apenas maior densidade populacional da região, mas também possíveis desigualdades no acesso à prevenção, diagnóstico precoce e tratamento dessas doenças. Embora tenha sido observada uma redução dos óbitos em 2020, seguida por um aumento em 2022 e uma nova queda em 2023, os dados ressaltam a complexidade envolvida na mortalidade por essas doenças, incluindo o impacto da pandemia de COVID-19, mudanças nos hábitos da população e na eficiência das políticas de saúde pública.