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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Seguimento de Longo Prazo Após Duas Revascularizações Transmiocárdicas a Laser para Tratamento de Angina Refratária

Ziotti, S.D.V., Pereira, T.L.V., Dourado, L.O.C., Lisboa, L.A.F., Dallan, L.A.O., Krieger, J.E., Cesar, L.A.M., Gowdak, L.H.W.
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: A revascularização transmiocárdica a laser (TMLR) é uma cirurgia utilizada para reduzir os sintomas de isquemia miocárdica em pacientes com angina refratária não elegíveis à cirurgia de revascularização miocárdica (CRVM) ou à intervenção coronária percutânea (ICP). Embora existam dados conflitantes sobre os benefícios do controle dos sintomas a longo prazo, não há dados disponíveis sobre a mortalidade a longo prazo após a TMLR, especialmente após uma reoperação. Descrevemos um caso de seguimento de longo prazo após duas TMLRs. 

Relato do Caso: Homem, 66 anos, portador de síndrome coronariana crônica, havia sido submetido a CRVM e TMLR aos 46 e 59 anos, respectivamente. Apresentava angina limitante, apesar do uso da melhor terapia antianginosa disponível. Devido à gravidade de sua doença coronariana, decidiu-se em “Heart Team” que ele não era candidato a outra intervenção CRVM ou ICP. Assim, ele foi incluído em uma pesquisa que envolvia a TMLR combinada à terapia celular, especificamente a injeção intramiocárdica de células autólogas da medula óssea. O paciente permaneceu livre de angina por 18 meses após o procedimento e, três anos depois, os sintomas retornaram e tornaram-se limitantes. Ele faleceu nove anos após a segunda TMLR de causas não cardíacas. 

Discussão: A TMLR é indicada em casos de sintomas isquêmicos graves a despeito de terapia médica otimizada e revascularização miocárdica convencional. Esse procedimento envolve uma pequena incisão no tórax e o uso de um sistema de laser de CO2 para criar canais no miocárdio, permitindo que o sangue flua para o músculo cardíaco, aumentando a perfusão. Ademais, a resposta inflamatória desencadeada pelo procedimento estimula a liberação de citocinas angiogênicas, promovendo a formação de novos vasos sanguíneos. No caso descrito, o paciente “sem opções terapêuticas" apresentou alívio dos sintomas por vários anos e sobreviveu por 15 anos após a primeira TMLR, incluindo os nove anos após a segunda. 

Conclusão: A TMLR, seja combinada à terapia celular ou não, pode promover o crescimento de novos vasos sanguíneos e melhorar os sintomas de angina e a perfusão miocárdica. Essa estratégia melhora a qualidade de vida de pacientes que não respondem à terapia médica otimizada e às revascularizações convencionais. Este é o primeiro relato a demonstrar a potencial segurança em longo prazo da TMLR única ou de um procedimento repetido. 

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