Paciente masculino de 82 anos, hipertenso e diabético com doença renal crônica não dialitica (clearance de creatinina de 32), com histórico de doença arterial coronária , apresentou múltiplas internacões por descompensação cardiaca. Sabidamente portador de valva aórtica quadricuspide, cursou com rápida deterioração da valva, evoluindo para insuficiência aórtica (IAo) acentuada.
O Ecocardiograma mostrou fração de ejeção de 32%, com aumento acentuado das câmaras esquerdas e IAo acentuada em valva quadricuspide.
Tendo em vista a fragilidade do paciente, com mobilidade reduzida por osteoartose de quadril e calculos dos scores de risco cirúgico se revelando elevados, a decisão do Heart Team foi indicar TAVI.
Procedimento realizado sob anestesia geral e monitorização com ecocardiograma transesofágico, foi implantada prótese autoexpansivel Evolut R 29 (com 40% de oversize) sob rapid pacing na terceira tentativa.
Alta hopitlar após 3 dias, mantendo-se em classe funcional I, sem piora da função renal.
No acompanhamento ambulatorial após um ano, mostrou-se com boa evolução sem novas internações , em classe funcional I, com melhora expressiva da fração de ejeção, redução das cavidades cardíacas e prótese normofuncionante.
Conclusão: A valva aórtica quadricuspide é um achado extremamente raro (0,003 - 0,045%) que acaba gerando maior falha da coaptação das cuspides, podendo levar a insuficiência. Apesar de uma indicação fora da bula, a TAVI acaba sendo uma opção interessante para pacientes que tenham elevado risco de cirurgia convencional, desde que utilizando elevado overssize para reduzir o risco de embolização.