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O uso de iSGLT2 e risco de readmissão por Insuficiência Cardíaca aguda

Vinicius Belas do Vale
HOSPITAL SIRIO LIBANÊS - - SP - BRASIL

Introdução: no Brasil, cerca de 200 mil pacientes são internados anualmente por Insuficiência Cardíaca (IC) aguda. Dos pacientes que recebem alta, até 25% podem ser readmitidos já nos primeiros 30 dias, o que aumenta o risco de mortalidade e gera elevados custos ao sistema de saúde. O uso de inibidores do cotransportador de sódio-glicose tipo 2 (iSGLT2) já é consagrado no tratamento da IC crônica, porém, poucos dados sustentam o seu uso na IC aguda. Diante disso, o o bjetivo do trabalho é avaliar a associação entre o uso de iSGLT2 durante internação por IC aguda e risco de reinternação em 30 dias.

Métodos: estudo observacional do tipo coorte retrospectiva realizado com pacientes internados por IC aguda. Foram incluídos pacientes com idade > 18 anos, portadores de IC com fração de ejeção (FE) reduzida, de qualquer gravidade, portadores ou não de diabetes e doença renal crônica.

Análise estatística: para avaliar o objetivo do estudo, construiu-se uma análise multivariada de regressão logística na qual a reinternação em 30 dias foi a variável dependente. As variáveis independentes incluídas no modelo foram sexo, idade, uso de iSGLT2 na alta hospitalar e as demais variáveis clínicas que se associaram com reinternação em 30 dias com p<0,10 na análise univariada.

Resultados: 269 pacientes, internados por IC aguda de janeiro de 2020 a outubro de 2023, foram incluídos no estudo. As características clinicas dos participantes estão descritas na Tabela 1.

Após a alta, 41 pacientes (15%) foram readmitidos em até 30 dias.  Na análise univariada, hipertensão, câncer, FE > 32%, creatinina ≥ 1,25mg/dL e hospitalização ≥ 10 dias se associaram a maior risco de reinternação em 30 dias (Tabela 2). Na análise multivariada somente câncer e permanência hospitalar ≥ 10 dias se correlacionaram com reinternação em 30 dias de forma independente (Figura 1).

Entre os pacientes que reinternaram em 30 dias, 15 estavam em uso de iSGLT2 e 26 pacientes não faziam uso, de modo que  o uso do iSGLT2 não se associou de forma significativa  ao desfecho primário, com odds ratio 2,03 (IC 95% 0,93 – 4,47), p=0,08. Em análise exploratória, verificou-se que uso de iSGLT2 na alta também não se associou a redução do risco de reinternação a longo prazo por até 3 anos (Log rank = 0,65) (Figura 2).

 

Conclusão: na casuística estudada não houve associação entre prescrição de iSGLT2 na alta hospitalar de internação por IC aguda e nova internação hospitalar em até 30 dias. 

 

 

 

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