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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

O Poder de um Eletrocardiograma: Cardiopatia Arritmogênica, um Relato de Caso

Freschi, L. D. V., Lovisi, V. B., Correia, E. B., Santos, M. R. G., Netto, F. N., Keppen, A. S. T., Andrade, R. A.
INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA - - SP - BRASIL

Introdução: A Displasia Arritmogênica de Ventrículo Direito foi renomeada para Cardiopatia Arritmogênica, refletindo o acometimento de ambos os ventrículos. É causada por alterações genéticas, que afeta os desmossomos dos cardiomiócitos, levando à substituição por gordura e fibrose. O diagnóstico é feito com os critérios do Task Force (2010), atualizado com os Critérios de Pádua (2020). O tratamento envolve uso de anti-arrítmicos, aconselhamento genético, restrição de atividades físicas, ablação em casos específicos e estratificação para decisão de CDI (cardiodesfibrilador implantado), um processo complexo que deve ser personalizado, e com utilização de ferramentas específicas para auxílio.

Relato de Caso: Paciente masculino, 45 anos, assintomático, que após ECG (eletrocardiograma) (figura 1) pré-procedimento odontológico, suscita investigação para doença cardíaca. Realizado ecocardiograma transtorácico (figura 2), ressonância magnética cardíaca (figura 3) e teste genético, com resultados compatíveis com cardiomiopatia arritmogênica, fechado critérios para o diagnóstico. Na estratificação de risco para indicação de CDI, embora o paciente não tenha apresentado eventos arrítmicos graves, possuia fatores prognósticos de maior gravidade, como sexo masculino, status probando, ectopias ventriculares frequentes em holter, disfunção de ventrículo direito em piora em exames de imagem, alteração de repolarização ventricular também em piora em ECG, e carga de fibrose ventricular tanto em ventrículo direito, quanto esquerdo, com risco intermediário quando aplicado calculadora de risco para cardiopatia arritmogênica (ARVC score), sendo indicado CDI como profilaxia primária, porém, por motivos pessoais, paciente opta por não realização do procedimento, entendendo os riscos, sendo mantido com beta-bloqueador, restrição de atividade física intensa e acompanhamento seriado.

Discussão e Conclusão: A indicação de CDI como profilaxia primária, ainda carece de maiores evidências nas principais diretrizes que norteiam a prática clínica, com múltiplas variáveis à se considerar. Diante de uma comorbidade complexa, com diagnóstico, tratamento e estratificação também complexa, as lacunas nas evidências devem ser compartilhadas, e os riscos relacionados à doença e ao tratamento discutidos. E quanto mais ferramentas disponíveis para avaliação, mais fácil se torna o manejo, dando importância o conhecimento de escores prognósticos, como a ARVC score, assim sendo, propomos a utilização deste escore na prática clínica, considerando também as preferências do paciente.

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