ROTURA ESPLÊNICA ESPONTÂNEA APÓS INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO
Anderson Roberto Dallazen, Natalia Fabris Locks, Larissa Rossi, Laura Piuzana Alves, Giuliana Rossato Biezus, Lucas Ribas Angeli e José Sandro Baliero Medrado
INTRODUÇÃO
A rotura esplênica atraumática é uma condição rara e potencialmente fatal. Embora aconteça mais frequentemente em pacientes com doenças esplênicas pré-existentes, é descrita também em baços normais, após infarto agudo do miocárdio (IAM). O uso de trombolíticos, anticoagulantes e antiagregantes plaquetários, nesse contexto, favorece o surgimento dessa condição. O seu reconhecimento precoce é de fundamental importância para minimizar a ocorrência de desfechos desfavoráveis.
MÉTODO
Relatar o caso raro de uma paciente de 45 anos, internada por infarto agudo do miocárdio com supra desnívelamento do segmento ST (IAMCSST), não trombolisado, diagnosticada com rotura esplênica espontânea no segundo dia pós evento. As informações foram obtidas por meio de revisão do prontuário e revisão da literatura.
RELATO DE CASO
Paciente feminina, 45 anos, portadora de hipertensão arterial e tabagista ativa (1/2 maço/dia). Foi admitida no São Lucas Hospital Center de Cascavel-PR no dia 07/02/2025 com diagnóstico de IAMCSST Killip I, conforme eletrocardiograma da origem (fig. 1), com 3 horas de evolução. Também no local de origem, recebeu enoxaparina subcutânea na dose de 1mg/kg, além de 300 mg de ácidoacetilsalicílico e 300 mg de clopidogrel. Logo após a admissão, foi submetida a angioplastia primária de artéria descendente posterior direita, com tempo porta-balão de 20 minutos, com sucesso. Após 48h de monitorização na UTI, apresentou hipotensão súbita, taquicardia e dor abdominal com sinais de irritação peritoneal. Após estabilização inicial, foi realizada tomografia computadorizada de abdome com contraste endovenoso, a qual evidenciou presença de líquido hiperdenso livre em cavidade abdominal e em torno do baço (fig 2). A equipe de cirurgia geral foi acionada e a paciente foi submetida à laparotomia exploradora. No intra-operatório foi identificado sangramento de origem esplênica (laceração da cápsula esplênica atraumática com sangramento ativo), sendo realizada a esplenectomia. A paciente apresentou boa evolução, e recebeu alta hospitalar após 4 dias.
CONCLUSÃO
Este caso destaca a importância do diagnóstico precoce dessa condição. O relato apresentado evidencia a importância da vigilância rigorosa de pacientes com eventos agudos e em uso de anticoagulantes e antiagregantes plaquetários.