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Dextrocardia e Cardiotoxicidade em Paciente com Câncer de mama: Relato de caso e desafios terapêuticos

Isabella Raad Predeus , Giovanna Cardoso de Moraes, Ana Laura Quintas Thimoteo, Helena Sader Azevedo , Ana Beatriz Nepomuceno Cunha, Edielle De Sant' Anna Melo
HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN - - SP - BRASIL

Introdução: A dextrocardia é uma malformação congênita rara, caracterizada pela orientação do eixo base-ápice do coração para a direita, podendo alterar a disposição das câmaras cardíacas e grandes vasos. Essas variações impactam a abordagem diagnóstica e terapêutica, especialmente em pacientes oncológicos que necessitam de quimioterapia e radioterapia. A individualização do tratamento é essencial, com uso de métodos de imagem para avaliar a anatomia cardiovascular e minimizar riscos cardíacos.  

Relato de caso: Mulher, 35 anos, com carcinoma ductal de mama esquerda, dextrocardia com transposição das grandes artérias, estenose pulmonar e comunicação interventricular, submetida a quimioterapia com Docetaxel e Ciclofosfamida, além de radioterapia. Ecocardiograma transtorácico (Fig 1) mostrou contratilidade biventricular preservada, transposição das grandes artérias, comunicação interventricular e estenose valvar pulmonar. Angiotomografia sem alterações e escore de cálcio zero. Evoluiu com insuficiência cardíaca, sem queda da fração de ejeção, sendo introduzidas medicações para compensação clínica. Após estabilização, manteve betabloqueador e sacubitril/valsartana. Durante o tratamento, não apresentou novas descompensações. Em seguimento clínico, sem evidência de doença oncológica. 

Discussão: A combinação Docetaxel e Ciclofosfamida é uma alternativa ao esquema antraciclina-taxano, reduzindo o risco de cardiotoxicidade. No entanto, essa combinação pode causar toxicidade cardiovascular, especialmente em pacientes com cardiopatias congênitas, embora a literatura sobre o tema seja escassa. A retenção hídrica induzida pelo docetaxel pode potencializar os efeitos cardiovasculares da ciclofosfamida, aumentando o risco de insuficiência cardíaca descompensada. A radioterapia para mama esquerda com Dextrocardia minimizou os danos cardíacos da radiação.  

Conclusão: O caso evidencia a necessidade de mais estudos sobre os impactos da quimioterapia em cardiopatias congênitas. Conclui-se que, embora a dextrocardia exija avaliação anatômica prévia, não contraindica quimioterapia e pode, em determinados cenários, reduzir a exposição cardíaca a agentes cardiotóxicos, como na radioterapia.

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