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Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) descompensada configura uma emergência médica devido à sua rápida progressão e potencial para morbidade e mortalidade elevadas. exigindo intervenção imediata para estabilização hemodinâmica e otimização da função do órgão. A identificação precoce de fatores desencadeantes é crucial para prevenir o agravamento do quadro e melhorar o prognóstico. OBJETIVO: Analisar a morbimortalidade e a prevalência nas internações hospitalares na rede pública de saúde do município de São Paulo SP, referente a insuficiência cardíaca, período de 2008 a 2024. METODOLOGIA: Estudo retrospectivo, descritivo e quantitativo. Foram utilizados dados disponibilizados pelo Sistema de Informações sobre Morbimortalidade Hospitalar do SUS (SIH/SUS) referente as internações e óbitos por insuficiência cardíaca em atendimento de urgência, entre 2008 e 2024, sendo considerado as variáveis como ano de processamento, munícipio, idade, sexo, cor/etnia, óbitos e custos, excluindo-se aquelas que não se enquadraram nos critérios estabelecidos. RESULTADOS: No período analisado foram registradas 149.624 internações por insuficiência cardíaca em atendimentos de urgência. Observou-se uma oscilação no número de internações entre 2008 e 2020, com um aumento progressivo a partir de 2020, atingindo os seguintes números: 7141 em 2020, 7223 em 2021, 8508 em 2022, 8775 em 2023 e 8884 em 2024. A permanência hospitalar média foi de 10,8 dias, e a taxa de mortalidade média foi de 15,41%. A mortalidade apresentou um aumento a partir de 2022, embora o pico tenha sido alcançado em 2020, com 17,01%. A faixa etária mais acometida foi a de indivíduos com mais de 60 anos (68,95%). Os custos totais com essas internações somaram R$ 301.505.421,03, com pico em 2023. Em relação ao perfil dos pacientes, 50,60% eram do sexo masculino, e 39,59% se declararam de raça branca, embora em 31,42% dos casos não houvesse registro dessa informação. CONCLUSAO: O estudo evidenciou que os atendimentos com caráter de urgência por insuficiência cardíaca (IC) em São Paulo apresentou aumento significativo a partir de 2020, coincidindo com a pandemia de COVID-19, com predominância em idosos e homens, e elevados custos hospitalares. A mortalidade crescente exige intervenção urgente. Propõe-se: reforço da emergência cardiológica na otimizando protocolos e fluxo, rastreando e acompanhando pacientes de risco, capacitando pacientes a reconhecerem sinais de alerta e incentivo à pesquisa para identificar fatores de risco e novas terapias.