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Correlação entre óbitos e internações: Preditores de desigualdade

Hugo Ferraz Lacerda, André Cedro Souza, Beatriz Zilda Baldi, Maria Clara Carvalho Martins Leal, Júlia Freitas Oliveira Costa, Maurício da Silva Santana, Manoel Luiz Correia Junior, Rafaela Gomes Ribeiro, Talissa Graça França, Marconi Moreno Cedro Souza
Grupo CDR - Eunápolis - BA - Brasil, Unesulbahia - Eunápolis - BA - Brasil

Introdução
A relação entre internações e óbitos por Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é um indicador essencial para avaliar a eficiência do sistema de saúde. Espera-se que taxas mais altas de internação reduzam a mortalidade por permitir maior acesso ao tratamento adequado. Discrepâncias regionais podem indicar barreiras ao acesso, impactando os desfechos clínicos e revelando desigualdades estruturais na assistência.

Métodos
Foram analisadas taxas de internação por Síndrome Coronariana Aguda disponíveis no Sistema de Informações Hospitalares (SIH)  de internações pelos códigos I20 (Angina pectoris), I21 (Infarto agudo do miocárdio), I22 (Infarto do miocárdio recorrente)  e taxas de mortalidade por IAM registradas no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) entre 2008 e 2023, estratificadas por região do Brasil. A correlação entre internações e óbitos foi avaliada por regressão linear, utilizando o coeficiente de determinação (R²) para estimar a proporção da variabilidade dos óbitos explicada pelas internações.

Resultados
A dispersão dos dados de óbitos vs. internações para as cinco regiões é apresentada na Figura 1.

Figura 1: Gráficos de dispersão de óbitos vs. internações para as cinco regiões do Brasil

 


Fonte: Autoria própria (2025).


As análises indicam discrepâncias expressivas entre as regiões. O Nordeste apresentou um R² de 0,60, evidenciando uma correlação moderada entre óbitos e internações, sugerindo dificuldades de acesso aos serviços de saúde. No Norte (R² = 0,65) e no Centro-Oeste (R² = 0,64), a relação foi mais previsível, indicando que a variação das internações explica melhor a mortalidade. No Sudeste, o coeficiente foi menor (R² = 0,41), e no Sul a correlação foi insignificante (R² = 0,003), sugerindo que outros fatores podem estar influenciando os desfechos clínicos.

A tabela abaixo apresenta a discrepância entre óbitos e internações por região:

RegiãoDiscrepância
Norte 271
Nordeste 990
Sudeste 376
Sul 136
Centro-Oeste 154

Conclusão
Os resultados evidenciam desigualdades regionais no acesso ao tratamento de IAM. O Nordeste apresenta a maior discrepância absoluta de óbitos, sugerindo limitações estruturais na rede assistencial. A baixa correlação no Sul indica influência de outros fatores nos desfechos clínicos, enquanto no Norte e Centro-Oeste a relação entre internações e óbitos é mais linear. Políticas públicas focadas na ampliação da infraestrutura hospitalar e no acesso precoce ao atendimento são essenciais para reduzir essas desigualdades e melhorar os desfechos para pacientes com IAM no Brasil.

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