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Internações e óbitos por cardiopatia reumática crônica no Estado de São Paulo, na última década

Bárbara Gomes Rigo, Alline Áurea do Amaral Pirchio, Suziele Carine de Castro
Universidade Nove de Julho - São Paulo - São Paulo - Brasil

Introdução: A cardiopatia reumática crônica é uma complicação irreversível da febre reumática não tratada, causada pela infecção da orofaringe pelo Streptococcus pyogenes. Essa infecção afeta principalmente crianças e adolescentes de 5 a 15 anos em países subdesenvolvidos, como o Brasil, e muitas vezes se manifesta de forma assintomática, dificultando o diagnóstico e tratamento. Como consequência, uma resposta imunológica anormal causa danos nas válvulas e músculos cardíacos. A compreensão da epidemiologia da cardiopatia reumática crônica é fundamental para sua prevenção, uma vez que a doença pode ser evitada por meio de profilaxias, que tratam e previnem complicações cardíacas. Método: Trata-se de um estudo epidemiológico, retrospectivo, descritivo e quantitativo, com dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), referentes à morbidade hospitalar, de internações e óbitos por doença reumática crônica do coração no Estado de São Paulo, de 2014 a novembro de 2024. Os parâmetros avaliados foram: ano de processamento, município, faixa etária, sexo e cor. Resultados: No período analisado ocorreram 13.999 internações por cardiopatia reumática crônica, com os maiores números observados em 2014 (1.520), 2024 (1.458), 2023 (1.476). Dentre essas internações, ocorreram 1.149 óbitos, com picos em 2015 (125), 2014 e 2018 (112 cada) e 2023 (110). O município de São Paulo apresentou o maior número de internações (3.556), seguido por Ribeirão Preto (447) e Campinas (369). Quanto aos óbitos, São Paulo também liderou, com 280 mortes, seguido por Guarulhos (40) e São José do Rio Preto (38). A faixa etária com maior número de óbitos foi a de 60 a 69 anos, totalizando 363 mortes, enquanto a de 50 a 59 anos concentrou o maior número de internações, com 3.543 casos. Em relação ao sexo, as mulheres apresentaram os maiores índices tanto de internações (8.777) quanto de óbitos (721). Quanto a cor, brancos foram os mais afetados,com 9.924 internações e 857 óbitos. Conclusão: Os dados indicam que a cardiopatia reumática crônica afeta principalmente mulheres, idosos e pessoas brancas, especialmente em grandes municípios do estado de São Paulo. Embora essas cidades tenham mais recursos para cuidados médicos, esse cenário reflete a falta de diagnóstico e tratamento precoce da febre reumática em gerações passadas, o que contribui para a cronicidade atual da doença. Assim, apesar dos avanços no tratamento, as taxas de internações e óbitos oscilam, ao longo dos anos, e a doença continua sendo um problema de saúde pública.

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