Os tumores cardíacos correspondem em até 0,13% das cardiopatias fetais, sendo que a maioria dos casos são tumores benignos. Dentre eles, o rabidomioma é o tipo mais commum e geralmente são múltiplos e localizados no septo interventricular ou nas paredes ventriculares, raramente se localizam nas vias de entrada ou saída. E estão associados com a esclerose tuberosa (doença genética), e sintomas neurológicos.
O diagnóstico por características anatômicas é realizado através do ecocardiograma, mas somente a histopatologia pode confirmar com precisão.
Os rabidomiomas são hormônios dependentes e aumentam de tamanho até 32 semanas de gestação, tendo a capacidade de redução ou até mesmo de regressão completa após o nascimento. A ressecção cirúrgica pode ser nescessária quando os rabidomiomas causam obstrução das vias de saída ou arritmias.
Gestante de 30 anos, primigesta, referenciada para ecocardiograma fetal (EF) para investigação de múltiplas imagens ecogênicas na cavidade interventricular e septos presentes no ultrassom morfológico de segundo trimestre.
No ecocardiograma fetal realizado com 26 semanas e 2 dias de gestação, foi confirmado a imagem do morfológico, sendo sugestivo de rabdomiomas.
Os volumes cardíacos foram adquiridos com uma sonda 3D de alta resolução (RAB 4–8 L, Voluson E8, General Electric Health-care, Zipf, Áustria) usando software de correlação de imagem espaço-temporal (STIC). A reconstrução da imagem e a navegação virtual foram realizadas pelo software Elucis (Realize Medical, Ottawa, ON, Canada), que permitiu a segmentação e o aprimoramento da imagem bruta do ultrassom 3D, além de proporcionar uma melhor delimitação e entendimento da anatomia e da extensão das massas, mostrando um aspecto múltiplo de rabdomiomas.
Figura 1. Reconstrução virtual 3D de coração fetal com rabidomima.
O neonato masculino nasceu de a termo, evoluiu bem durante o pós natal e as massas foram involuindo ao longo do acompanhamento.