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Insuficiência Cardíaca Tardia Rara Associada à Terapia Combinada de Rituximabe e Bendamustina: Relato de Caso

Cler David Oliveira, Eduardo Ferreira Amorim, Matheus Fiori Rodrigues Amorim de Oliveira , Isabella de Camargo Preto Piscopo , Ana Beatriz Nepomuceno Cunha, José Hiago de Freitas Damiao, Lara do Norte Garcia, Tarso Augusto Duenhas Accorsi, Edielle de Sant Anna Melo
HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN - - SP - BRASIL

Introdução: Os quimioterápicos desempenham um papel fundamental no tratamento de neoplasias malignas, no entanto, muitos estão associados a efeitos adversos, sendo que a cardiotoxicidade associada à combinação de rituximabe e bendamustina (RB) é um evento raro, mas clinicamente relevante, há relatos de casos sugerindo um risco aumentado, especialmente de insuficiência cardíaca tardia.

Relato do caso: Paciente do sexo feminino, 43 anos, com antecedente de tratamento para linfoma folicular há um ano e meio com o esquema RB, foi admitida com quadro de perda ponderal, dispneia aos moderados esforços e dispneia paroxística noturna. Durante a investigação, o ecocardiograma transtorácico (ECOTT) evidenciou derrame pericárdico moderado (16 mm), sem sinais de restrição ao enchimento ventricular. Para esclarecimento etiológico, foi descartada recidiva tumoral por meio de biópsia linfonodal, e a ressonância magnética cardíaca (Fig.1 e Fig.2) não revelou alterações estruturais. Além disso, foram realizados exames complementares, incluindo perfil reumatológico, função tireoidiana, painel de doenças infecciosas virais e pesquisa para hemocromatose, todos dentro dos limites da normalidade. A paciente apresentou resolução espontânea do derrame pericárdico, entretanto, o ECOTT subsequente demonstrou redução da fração de ejeção, de 70% para 55%. Após a exclusão de recidiva da neoplasia hematológica e de outras etiologias cardiológicas específicas, a injúria miocárdica (IM) foi atribuída à cardiotoxicidade tardia associada ao esquema RB.

Discussão: Os mecanismos exatos de IM por RB não são totalmente compreendidos, mas acredita-se que o efeito sinérgico da associação dessas drogas pode potencializar o risco cardiovascular por mecanismos inflamatórios, disfunção endotelial e estresse oxidativo, além de agravar fatores predisponentes, como disfunção ventricular prévia. O presente caso mostrou uma paciente jovem, sem fatores de risco cardiovascular, submetida ao tratamento quimioterápico com RB e que evoluiu, após um ano do término da quimioterapia, com derrame pericárdico e   redução da fração de ejeção.

Conclusão: A escassez de estudos sobre a cardiotoxicidade associada ao tratamento com Rituximabe e Bendamustina (RB) reforça a necessidade de monitoramento rigoroso durante e após a terapia, visando a detecção precoce de possíveis efeitos adversos cardiovasculares e a implementação de estratégias terapêuticas adequadas.

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