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Perfil clínico e incidência de eventos cardiovasculares no seguimento de 5 anos em pacientes do sexo feminino diagnosticadas com MINOCA: Registro regional de 103 pacientes em um hospital terciário de Cardiologia

Arruda B F T , Blaas B N, Vital K M, Britto R M C , Giannini M C , Oliveira B P , Almeida K M N D, Rossi R M , Valente B P , Pavanello R
INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA - - SP - BRASIL

Introdução
O infarto do miocárdio (IAM) é causado pela ruptura de uma placa aterosclerótica, mas em 5%–6% dos casos de IAM não há obstruções coronárias significativas (>50%), classificados como MINOCA (Infarto do Miocárdio com Artérias Coronárias Não Obstrutivas). Pacientes com MINOCA são mais jovens, com idade média de 58 anos, e as mulheres representam 50% dos casos. As causas incluem ruptura de placa, dissecção coronária, espasmo coronário, tromboembolismo e disfunção microvascular. Este estudo descreveu o perfil clínico e desfechos cardiovasculares de mulheres com diagnóstico de MINOCA entre 2000 e 2024.

Métodos
Coorte unicêntrico incluiu pacientes com IAM sem estenose coronária ≥50% em qualquer artéria relacionada ao IAM e sem outra causa identificável. O seguimento médio foi de 5 anos, com dados obtidos dos prontuários médicos.

Resultados
Dos 199 pacientes avaliados, 103 (51,76%) eram mulheres, com idade média entre 55-65 anos, e 79,6% não tinham histórico de IAM. As comorbidades mais comuns foram hipertensão (72,8%), dislipidemia (56,3%) e diabetes (28,2%). A apresentação mais prevalente foi o IAM sem elevação do segmento ST (62,4%). Dois pacientes apresentaram morte súbita abortada. Em 46,6% dos casos, a etiologia do MINOCA foi indefinida. As causas mais comuns foram dissecção coronária (17,5%) e DAC <50% (10,7%). A artéria mais afetada foi a descendente anterior (60,8%).
Quanto ao tratamento, 83,5% receberam betabloqueadores e iECA/BRA, 38,8% com dupla terapia antiplaquetária e 11,7% com anticoagulantes. Apenas um paciente passou por angioplastia e nenhum foi submetido à cirurgia de revascularização. 45,6% realizaram ressonância magnética a 180 dias após o evento.

A incidência em 5 anos de um desfecho composto (morte CV, novo IAM, acidente vascular cerebral (AVC), hospitalização de causa cardiovascular e CRM) foi de 29% (IC 95% 20,1–37,9%). Especificamente, a incidência de novo IAM foi de 6%, AVC 4%, CRM 1% e hospitalização cardiovascular 17%, com apenas uma morte.

Conclusões
O risco de desfechos cardiovasculares adversos em pacientes com MINOCA ao longo de 5 anos é significativo, com 29% de incidência para desfechos compostos (morte CV, novo IAM, AVC, hospitalização cardiovascular e CRM). A maioria das hospitalizações foi devido a complicações cardiovasculares. Muitos pacientes foram liberados sem diagnóstico claro, o que contribuiu para a falta de tratamento adequado.

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