O excesso de peso normalmente aumenta a pressão arterial, e a perda de peso geralmente diminui a pressão arterial. Além de aumentar o risco de hipertensão, o sobrepeso e a obesidade contribuem para doenças cardiovasculares, alterações metabólicas e outras comorbidades. A relação entre adiposidade e hipertensão é bem estabelecida, e a avaliação do estado nutricional de hipertensos pode contribuir para estratégias de prevenção e tratamento mais eficazes.
Foi realizado um estudo transversal utilizando dados de um banco de dados de pacientes hipertensos atendidos em um centro de saúde de Campinas. O estado nutricional foi classificado de acordo com o índice de massa corporal (IMC) em sete categorias: abaixo do peso, normal, sobrepeso, obesidade grau I, obesidade grau II e obesidade grau III. A frequência de cada categoria foi analisada para compreender o perfil nutricional dessa população.
A amostra incluiu 804 pacientes hipertensos. A distribuição do estado nutricional foi: abaixo do peso (n=10), peso normal (n=95), sobrepeso (n=251), obesidade grau I (n=253), obesidade grau II (n=116) e obesidade grau III (n=78). Verificou-se que 84,3% dos pacientes estavam acima do peso (sobrepeso e obesidade), indicando uma elevada prevalência de adiposidade entre os hipertensos atendidos na unidade de saúde.
A alta prevalência de sobrepeso e obesidade entre os pacientes hipertensos reforça a importância do manejo do peso corporal como estratégia essencial para a prevenção e controle da hipertensão arterial. Estratégias para uma linha de cuidado voltada ao manejo do hipertenso no âmbito da Atenção Primária em Saúde (APS), como grupos de educação em saúde, atividades físicas, alimentação saudável, são fundamentais para melhorar a saúde cardiovascular dessa população.