Introdução: As doenças cardiovasculares (DCV) são a principal causa de morbidade e mortalidade no Brasil. Em 2021, cerca de 20,5 milhões de pessoas morreram globalmente por essas condições, e no Brasil, representam a terceira maior causa de hospitalização no Sistema Único de Saúde (SUS). O infarto agudo do miocárdio (IAM), as arritmias cardíacas e a insuficiência cardíaca (IC) são responsáveis por uma carga significativa ao sistema de saúde, tanto em termos clínicos quanto econômicos. Este estudo tem como objetivo analisar a incidência e os custos hospitalares dessas doenças entre 2020 e 2023, identificando padrões de distribuição geográfica e impactos financeiros no SUS. Métodos: Estudo ecológico, baseado em dados extraídos do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) referentes a internações por IAM, arritmias cardíacas e IC entre o período 2020 e 2023. As variáveis analisadas foram dados demográficos (idade, sexo, região de residência), custos hospitalares da internação e mortalidade intra-hospitalar. Tais dados permitriam identificar padrões regionais e o impacto econômico das internações no período estudado. Resultados: No período, ocorreram 1.245.933 internações por DCV no Brasil. O estado de São Paulo apresentou o maior número de hospitalizações (298.882), seguido por Minas Gerais (165.691) e Rio de Janeiro (85.114). A faixa etária mais afetada foi de 60 a 79 anos, com predomínio do sexo masculino (738.733 internações). Os custos hospitalares totalizaram R$ 3,6 bilhões, sendo o IAM responsável pelo maior gasto, com R$ 2,1 bilhões. Foram observadas disparidades regionais significativas, com estados do Norte e Nordeste apresentando menores números absolutos de internações, todavia taxas elevadas de morbidade e custos proporcionais. Conclusões: As DCV seguem impondo uma grande carga ao sistema de saúde brasileiro, com alto número de internações e custos elevados. Dessa maneira, reforça-se a necessidade de políticas públicas focadas na prevenção, no manejo adequado das DCV e na redução das desigualdades regionais no acesso ao tratamento.