Introdução: A aterosclerose é a principal causa de doenças cardiovasculares, sendo crônica e progressiva de origem multifatorial. Em 2019, causaram 17,9 milhões de óbitos globalmente, no Brasil 424.058 óbitos em 2015, com aumento de 82,1% na mortalidade por doença vascular periférica entre 1990 e 2015. Devido ao seu impacto na morbimortalidade, compreender o perfil epidemiológico, correlacionado com o prognóstico, pode auxiliar no tratamento e definição de risco. Métodos: Estudo transversal, utilizando análise estatística descritiva, com dados epidemiológicos obtidos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), nas plataformas secundárias TABNET e SISAN, relacionado ao número de internações hospitalares e óbitos por aterosclerose no estado de São Paulo no período de janeiro de 2020 a dezembro de 2024. Como variável foi considerada unidade da federação, sendo analisada quanto à frequência absoluta e frequência relativa (FR) em porcentagem. Resultados: Entre 2020 e 2024, o Estado de São Paulo registrou um total de 27.729 internações por aterosclerose. Ao longo desse período, as internações variaram anualmente: em 2020 foram registradas 5.418; em 2021, houve um aumento para 5.753; em seguida, uma ligeira redução para 5.654 em 2022; e um novo aumento para 5.824 em 2023 — este último representando o ano com maior incidência (21% do total). Já no ano de 2024, observou-se uma queda para 5.080 internações. Quanto à letalidade dessas internações ao longo dos quatro anos analisados, foram contabilizados um total de 1.082 óbitos. A distribuição anual foi a seguinte: 204 óbitos em 2020, seguidos por 257 no ano seguinte — este sendo o ano com maior número de mortes (23,76% do total); depois disso houve uma diminuição gradual até chegar aos 160 óbitos registrados em 2024, passando por números intermediários nos anos subsequentes (233 óbitos em 2022 e 228 óbitos em 2023).
Conclusões: O estudo revelou variações anuais na incidência e letalidade da doença. Observou-se um pico de internações em 2023, seguido por uma redução em 2024. Quanto à mortalidade, o ano de 2021 apresentou o maior número de óbitos, seguido por uma tendência decrescente nos anos posteriores. Esses dados reforçam a importância do monitoramento contínuo dos fatores de risco e da necessidade da adoção de estratégias preventivas e terapêuticas mais eficazes para reduzir a morbimortalidade associada à aterosclerose.
PALAVRAS-CHAVE: Aterosclerose; internações hospitalares; Óbitos