A hipertensão arterial, que afeta mais de 30% da população brasileira, é agravada pelo tabagismo, um dos principais fatores de risco modificáveis. O consumo de nicotina e outras substâncias do cigarro contribui para a disfunção endotelial, aumentando a pressão arterial, a inflamação vascular e a formação de placas ateroscleróticas. A interação entre fatores genéticos e ambientais intensifica o risco cardiovascular, favorecendo trombose e eventos isquêmicos. Assim, a associação entre tabagismo e hipertensão representa uma importante ameaça à saúde pública, exigindo estratégias eficazes de prevenção e controle.
Este estudo de caráter observacional transversal, teve como objetivo analisar pacientes com hipertensão arterial essencial com fator de risco modificável, sendo o consumo de tabaco. Tratando-se de uma análise de banco de dados de pacientes hipertensos atendidos no centro de saúde de Campinas no ano de 2024. Verificando a quantidade de indivíduos com HAS e tabagista na Unidade Básica de Saúde (UBS).
Dentre os 1872 pacientes hipertensos, 265 (14,2%) são tabagistas, 1335 (71,3%) não são tabagistas, e em 273 (14,6%) dos casos não há informação sobre o hábito de fumar.
Este estudo mostra que 14,2% dos hipertensos atendidos na UBS de Campinas são tabagistas, configurando um grupo de alto risco para complicações cardiovasculares. A exposição contínua à nicotina e outras substâncias do cigarro promove vasoconstrição, estresse oxidativo, inflamação vascular e disfunção endotelial, agravando a hipertensão. Assim, controlar o tabagismo entre hipertensos é essencial para reduzir o risco cardiovascular, melhorar a qualidade de vida e minimizar a sobrecarga financeira sobre o sistema público de saúde. Além disso, 14,6% dos hipertensos da UBS não têm registro de tabagismo nos prontuários, o que pode subestimar sua prevalência, afetar a estratificação de risco e dificultar um plano terapêutico eficaz.
A falta de dados sobre tabagismo em pacientes com HAS destaca a necessidade de melhorar os registros clínicos, pois essa lacuna pode prejudicar a coleta de dados epidemiológicos e a eficácia das ações de saúde pública e prevenção. Destaca-se a importância da abordagem multidisciplinar no manejo da doença, enfatizando a cessação do tabagismo. Medidas como aconselhamento individualizado, vínculo médico-paciente, suporte psicológico, envolvimento familiar e terapias farmacológicas podem reduzir a prevalência do tabagismo e o risco cardiovascular, beneficiando a saúde pública e prevenindo doenças cardiovasculares.