Introdução: A transmissão da doença de Chagas ocorre principalmente pelo contato com as fezes do barbeiro infectado, que libera o Trypanosoma cruzi. Também pode ocorrer por transfusão de sangue, transplante de órgãos, ingestão de alimentos contaminados e transmissão congênita da mãe para o bebê. Metodologia: Estudo transversal, realizado por meio da coleta de dados a respeito do número de casos confirmados e notificados da Doença de Chagas Aguda por região brasileira e seu determinado modo de transmissão nos últimos 10 anos, no Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do Sistema Único de Saúde (SUS) vinculado ao Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Para o cálculo da prevalência, dividiu-se o número de casos confirmados pela população de cada região, conforme o censo demográfico de 2022 multiplicado por 100.000. A análise dos dados considerou o período dos últimos dez anos (2014 a 2023), sendo aplicada a estatística descritiva com uso do Microsoft Excel para analisar os resultados obtidos. Resultados: Nos últimos 10 anos, foram registrados 3.408 casos de doença de Chagas no Brasil. Desse total, 8,3% dos casos tiveram a forma de transmissão ignorada, 6,7% ocorreram por transmissão vetorial, 0,35% por transmissão vertical, 0,26% por transmissão acidental, 84,2% por transmissão oral e 0,2% por outra forma de transmissão. Observa-se que, na região Norte e Nordeste houve um predomínio da forma de transmissão oral, com uma prevalência de 16,076% e 0,141%, respectivamente, enquanto nas regiões Sudeste e Centro Oeste a maioria dos casos tiveram a forma de transmissão ignorada. Já na região Sul não houve detalhamento da forma de transmissão predominante. A forma de transmissão mais relatada no país foi a oral (1,413%), seguida por casos de transmissão ignorada (0139%) e, em terceiro, a vetorial (0,112%). Conclusão: A transmissão oral é a mais bem documentada, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, onde o consumo de alimentos como açaí e caldo de cana sem processamento industrial é comum. Além disso, são necessárias melhorias nas condições habitacionais e estratégias educativas, a fim de reduzir a transmissão vetorial. Deve-se também aumentar a fiscalização sobre a produção e armazenamento dos alimentos típicos de contaminação pelas fezes do barbeiro.