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Desafios no Diagnóstico da Doença de Danon em Mulheres: Um Relato de Caso

Layane Bonfante Batista, Bruno Querido Marcondes Santos, Denis Cárdenas Monteiro, Thiago Artioli, Matheus Zavaris Lorenzoni, Plínio José Whitaker Wolf, Eduardo Mikio Sassaki, Laís Andrade Prestes, Edileide de Barros Correa
INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA - - SP - BRASIL

Introdução
A Doença de Danon é uma cardiomiopatia hereditária e recessiva, ligada ao cromossomo X, causada por mutações no gene LAMP2, responsável por codificar uma proteína essencial para a autofagia celular. Devido à sua raridade, os estudos sobre a doença são escassos.

Relato de Caso
Paciente do sexo feminino, 28 anos, sem comorbidades prévias, com palpitações desde os 18 anos. História familiar de dois primos paternos submetidos à ablação antes dos 45 anos. Ao exame físico, detectou-se ritmo cardíaco irregular devido a extrassístoles. O eletrocardiograma revelou arritmia atrial e extrassístoles supraventriculares (ESSV) frequentes. O teste ergométrico foi interrompido por episódios de taquicardia atrial paroxística supraventricular sustentada, também registrada no Holter 24 horas, com ESSV em 40% do tempo monitorado.

Apesar do tratamento medicamentoso e de ablações em veias pulmonares, seio coronariano e parede posterior, persistiram as palpitações. Posteriormente, a paciente apresentou flutter atrial, que também foi ablacionado. A ressonância magnética cardíaca evidenciou dimensões cardíacas preservadas, disfunção discreta do ventrículo esquerdo e fibrose miocárdica em padrão não coronariano nas regiões anterior apical e parede lateral médio-basal.

Com todas essas alterações, foi solicitado teste genético, que identificou uma variante patogênica em heterozigose no gene LAMP2, confirmando o diagnóstico de Doença de Danon. Após a segunda ablação e ajuste do tratamento medicamentoso, a paciente encontra-se assintomática.

Discussão
Na Doença de Danon, temos o acúmulo de material autofágico e glicogênio nas células musculares cardíacas e esqueléticas.
Dentre as manifestações cardíacas temos cardiomiopatia hipertrófica ou dilatada, fibrose miocárdica e arritmias, com alto risco de morte súbita. Os sintomas extracardíacos envolvem miopatia esquelética, deficiência intelectual, alterações gastrointestinais, visuais e elevação de enzimas musculares.
Homens geralmente apresentam um quadro mais precoce e severo, enquanto mulheres heterozigóticas apresentam início tardio e manifestações mais brandas.
O tratamento visa o controle de sintomas, manejo de arritmias e prevenção de morte súbita, incluindo intervenções medicamentosas, ablação e, em casos graves, transplante cardíaco.

Conclusões
O diagnóstico precoce da Doença de Danon é desafiador devido à raridade e variabilidade dos sintomas, principalmente em mulheres, que geralmente tem curso mais brando. Apesar disso, o acompanhamento regular é crucial para evitar complicações graves.

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