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Cardiomiopatia Arritmogênica Isolada do Ventrículo Esquerdo: Um Relato de Caso

Giannini MC , Rosa Filho AAM, Arruda BFT, Oliveira BP, Blaas BN, Brito RMC, Sassaki EM, Prestes LA, Giannini JC, Correia EB
INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA - - SP - BRASIL

Introdução: A cardiomiopatia arritmogênica é caracterizada pela substituição fibrogordurosa do miocárdio, podendo levar à morte súbita (MS) devido a arritmias ventriculares. A forma clássica afeta principalmente o ventrículo direito (VD), enquanto a forma isolada do ventrículo esquerdo (VE) é uma entidade mais recente, reconhecida pela literatura. Apresentamos o caso de uma paciente com esta variante da doença.

 

Relato de Caso: Mulher, 54 anos, com histórico de hipertensão, diabetes, dislipidemia e antecedente familiar de morte súbita do pai aos 34 anos. Apresentou-se com palpitações intensas e persistentes, sendo diagnosticada com taquicardia ventricular sustentada, com morfologia de bloqueio de ramo direito. Foi submetida à cardioversão elétrica sincronizada devido à instabilidade hemodinâmica. Após estabilização, o eletrocardiograma revelou alteração da repolarização ventricular em parede ínfero-lateral. Exames laboratoriais eram normais. O ecocardiograma mostrou insuficiência cardíaca (IC) de fração de ejeção reduzida (25%) e dilatação de câmaras esquerdas. Angiotomografia coronária sem lesões obstrutivas. Holter-24horas revelou 138 extrassístoles ventriculares isoladas. A ressonância magnética cardíaca evidenciou padrão de realce tardio tipo ring-like. Os achados foram compatíveis com cardiomiopatia arritmogênica do VE. Foi implantado um cardiodesfibrilador implantável (CDI) como profilaxia secundária de MS e solicitado teste genético. No follow-up, sem novos episódios de taquicardia ventricular, com terapia otimizada para IC, em classe funcional II. Aguarda resultado de teste genético.

 

Discussão: A cardiomiopatia arritmogênica pode afetar o VD, ser biventricular ou, como neste caso, afetar de forma isolada o VE. De acordo com os critérios da Força-Tarefa Europeia de 2024, o diagnóstico exige combinações específicas de critérios maiores e menores. Nossa paciente atendeu a um critério maior (padrão de ring-like) e quatro critérios menores, incluindo histórico familiar, arritmias ventriculares e alterações de eletrocardiograma. Embora o teste genético esteja pendente, a paciente cumpre os requisitos para o diagnóstico de cardiomiopatia arritmogênica.

 

Conclusão: O diagnóstico de cardiomiopatia arritmogênica depende da combinação de critérios clínicos, eletrocardiográficos, ecocardiográficos e de imagem. A utilização dos critérios de Pádua ou da Força-Tarefa Europeia de 2024 facilita a identificação precisa dessa doença. O tratamento visa a prevenção de MS com CDI e o manejo da IC, visando melhorar a qualidade de vida e o prognóstico dos pacientes.

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