Introdução: Pacientes com diabetes tipo 2 possuem elevado risco de complicações cardiovasculares, o que torna o controle da pressão arterial (PA) uma parte essencial do cuidado. O controle padrão busca valores abaixo de 140 mmHg para a PA sistólica, mas ainda existem debates sobre possíveis benefícios e riscos de um controle intensivo (
Métodos: Foram realizadas buscas sistemáticas nas bases de dados Embase, Scopus e PubMed para identificar ensaios clínicos randomizados (RCTs) que compararam o tratamento de PA padrão com o intensivo, em pacientes com diabetes tipo 2. Os desfechos analisados foram: acidente vascular cerebral (AVC) não fatal, infarto do miocárdio não fatal, morte por causas cardíacas, morte por qualquer causa, microalbuminúria e macroalbuminúria. Razão de chance (OR) e intervalos de confiança de 95% foram calculados utilizando um modelo de efeitos aleatórios. A heterogeneidade foi avaliada por meio das estatísticas I². As análises estatísticas foram realizadas utilizando o software R, versão 4.4.2.
Resultados: Seis RCTs foram incluídos no estudo, com um total de 21.722 pacientes analisados. O tempo médio de acompanhamento foi de 5,6 anos. O controle intensivo da PA foi associado a uma redução significativa na macroalbuminúria (OR 0,71; IC 95% 0,61 a 0,84; p < 0,001), microalbuminúria (OR 0,85; IC 95% 0,77 a 0,93; p < 0,001) e AVC não fatal (OR 0,73; IC 95% 0,62 a 0,87; p < 0,001). Não foram encontradas diferenças estatísticas para infarto do miocárdio não fatal (OR 0,87; p = 0,091), morte por causas cardíacas (OR 0,92; p = 0,254) e morte por qualquer causa (OR 0,97; p = 0,524).
Conclusão: Nossa meta-análise sugere que o controle intensivo da pressão arterial oferece benefícios na redução de complicações renais e AVC em pacientes com diabetes tipo 2, mas não está associado a uma redução significativa em infartos do miocárdio ou mortalidade.