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Hiperlactatemia como preditor de desfechos desfavoráveis em pacientes com síndrome respiratória aguda grave em unidades de terapia intensiva

Vanessa Larissa Santana Carregosa, Renata Roberta Dantas Silva, Marcos Alecio Bispo de Andrade, Eduesley Santana Santos
Universidade Federal de Sergipe - Lagarto - Sergipe - Brasil

INTRODUÇÃO: a hiperlactatemia refere-se ao aumento do lactato sérico acima dos níveis fisiológicos normais. Estudos demonstram a relação entre níveis elevados de lactato e desfechos desfavoráveis em pacientes heterogêneos no ambiente intensivo, entretanto há escassez de estudos que avaliem a mensuração do lactato em pacientes com síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por Covid-19. OBJETIVO: avaliar o impacto da hiperlactatemia em desfechos clínicos desfavoráveis de pacientes com SRAG no contexto da Covid-19 em unidades de terapia intensiva (UTIs) de Sergipe. METODOLOGIA: Trata-se de uma coorte retrospectiva realizada em UTIs de cinco hospitais do estado de Sergipe (públicos e privados). Foram incluídos pacientes de ambos os sexos com idade 18 anos, permanência > 24 horas e que possuíam RT-PCR positivo para Covid-19. Os dados foram extraídos de prontuários de pacientes admitidos entre de abril de 2020 e janeiro de 2022, utilizando instrumento de coleta padronizado. Houve análise de dados no Jamovi 2.3.28, utilizando testes estatísticos apropriados. A amostra contou com 119 pacientes, sendo 32 com lactato sérico 2mmol/L e 87 com níveis < 2mmol/L. RESULTADOS: a mortalidade foi maior entre os pacientes com lactato elevado  (22/32; 68,75%), mas não mostrou relevância entre os grupos (p-valor 0,077). Entretanto, a hiperlactatemia foi associada a um maior risco de morte em comparação aos níveis normais do biomarcador, com risco relativo (RR) de 1,58. Em análise de regressão logística, o nível de lactato admissional da UTI mostrou aumento significativo nas chances de óbito (odds ratio 1,804; intervalo de confiança 95% 1,065 – 3,06; p-valor 0,028). Além disso, por meio dos testes de Kaplan-Meier e Log-Rank foi verificado que níveis de lactato 2mmol/L esteve associado à maior mortalidade e redução no tempo de sobrevivência em relação ao lactato < 2mmol/L (mediana 13 versus 23 dias; p-valor 0,002). Ao menos 65,6% dos pacientes com lactato elevado apresentaram algum tipo de complicação cardíaca, comparados aos 42,3% que possuíam lactato normal (p-valor 0,016), sendo o RR 1,79 para evoluir com esse tipo de desfecho na presença da hiperlactatemia. A complicação mais frequente encontrada foi a parada cardíaca (52/57; 91,2%), com pelo menos um retorno à circulação espontânea, seguida de insuficiência cardíaca aguda (5/57; 8,8%). CONCLUSÃO: este estudo demonstrou que a hiperlactatemia está associada a piores desfechos clínicos no paciente portador de Covid-19 e SRAG, sugerindo relevância do lactato como marcador prognóstico nesta população.

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