Introdução: Os esteróides anabolizantes androgênicos são (AAS) moléculas sintéticas derivadas de precursores ou da própria testosterona. Apesar de possuírem propostas terapêuticas, como no caso do hipogonadismo masculino, a sua utilização ilícita é muito comum, como em casos de atletas e fisiculturistas buscando o desenvolvimento muscular. O abuso dos AAS afeta principalmente o aparelho cardiovascular, renal e endócrino, e apresenta sérios riscos à saúde. A morte súbita cardíaca (MSC) é um destes, que se define por uma morte súbita de origem cardíaca presumida dentro de uma hora desde o início dos sintomas, ou dentro de um dia em indivíduos sem nenhuma condição prévia potencialmente fatal. Metodologia: Realizamos uma revisão sistemática de literatura usando o método PICO, através do banco de dados do PubMed e Lilacs com os descritores “steroid hormones”, “arrhythmias” e “athletes” conectados pelo operador booleano "AND", assim encontramos 7 estudos. Os artigos incluídos foram publicados entre 2020 e 2025, textos completos, relato de caso e sem limitação de idiomas. Excluímos artigos que saíssem do tema central, trabalhos incompletos e indisponíveis nas bases de dados. Após uma análise selecionamos 4 artigos que mostraram-se ser relevantes ao tema e então contribuíram para o desenvolvimento do trabalho. Resultados: Foi relatado que o uso indevido de AAS eleva em torno de cinco vezes o risco de MCS em atletas. Isso ocorre através de múltiplos fatores, sendo a hipertrofia ventricular esquerda o mecanismo mais comum, ocasionada pela ação direta desses agentes nos receptores androgênicos do coração. Os atletas, que já experienciam um processo de remodelação cardíaca fisiológica pela alta carga de atividade física, com a administração crônica ilícita de AAS, induzem essa hipertrofia fisiopatológica, proporcional à dose, tempo e duração do uso, aumentando também o risco de arritmias, principalmente em indivíduos com história de doença cardiovascular prévia. Conclusão: É notável que o uso de AAS afeta diretamente o sistema cardiovascular e, devido à sua alta prevalência entre atletas, é importante informar sobre o uso inadequado e suas consequências, como a morte súbita. Nestes casos, é indispensável realizar testes toxicológicos quando houver a suspeita dessa etiologia, além de uma autópsia minuciosa, principalmente nos órgãos mais afetados. Portanto, sustentado pelas evidências, o AAS não deve ser recomendado sem uma justificativa médica específica.