Introdução: O avanço tecnológico na saúde impulsionou o uso de dispositivos de monitoramento, como smartwatches, que se destacam pela praticidade e coleta não invasiva de dados biométricos via fotopletismografia. A frequência cardíaca (FC) e pressão arterial (PA) sistólica (PAS) e diastólica (PAD) são especialmente relevantes para os praticantes de atividade física. No entanto, estudos publicados analisam a acurácia destes dispositivos apenas em repouso, justificando a necessidade de validação mediante o exercício. Objetivo: Validar os dados de PA e FC do Samsung Galaxy Watch6 perante o esforço físico. Métodos: Estudo quantitativo, descritivo e transversal. Participantes elegíveis responderam um questionário e foram submetidos a um protocolo de calibragem do smartwatch e medições de PA e FC pré e pós-esforço imediato em esteira. Os valores do dispositivo foram comparados às medidas de referência: PAS e PAD aferidas com estetoscópio-esfigmomanômetro no mesmo braço do relógio e FC com oxímetro digital. Os dados foram analisados no Stata 18.0, com estatística descritiva, teste de Shapiro-Wilk para normalidade e teste t de Student para comparação. O nível de confiança adotado foi de 95%. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética sob CAAE: 80478824.2.0000.0082. Resultados: Foram incluídos 18 (9 do sexo masculino), com mediana de idade de 22 anos e IMC médio de 23,38 kg/m², todos sem histórico de alterações cardiorrespiratórias. Os valores aferidos estão na tabela anexa.
Discussão: Os resultados obtidos estão de acordo com o observado na literatura, que sugere que, apesar dos wearables serem promissores e amplamente aceitos pela população, a acurácia para PA ainda é questionada e os principais desafios incluem a sua tendência para um ponto de calibração, superestimação de valores baixos e subestimação dos altos, além da dúvida se fatores intrínsecos ao indivíduo poderiam alterar as medições. No presente estudo, esses fatores, como idade, sexo ou peso, não parecem influenciar nas aferições. O trabalho ainda apresenta como limitação um baixo n, o que poderia conferir baixo poder ao teste estatístico e aos resultados apresentados. Conclusão: Os dados indicam que, em repouso, todas as medições são confiáveis. Entretanto, no pós exercício, apenas PAD e FC mostraram intercambiabilidade, enquanto PAS foi imprecisa.