Introdução: Dados de longo prazo de cirurgia de revascularização miocárdica (CRM) no Brasil são limitados, porém essenciais para guiar políticas públicas e prática clínica. Este estudo visa estimar a mortalidade geral e específica em 5 anos em pacientes submetidos a CRM, bem como identificar fatores de risco associados.
Métidos: Foi realizada uma análise retrospectiva de 6933 pacientes submetidos a CRM em um centro terciário entre 2007 e 2018. Dados de mortalidade até 2018 foram coletados de um banco de dados estadual.
Resultados: Foram incluídos 4854 (72%) homens, com idade mediana de 63 anos [IIQ 57-70]. Destes, 2984 (43%) eram portadores de diabetes mellitus e 1918 (29%), de doença renal crônica. Durante o seguimento, ocorreram 1075 mortes, das quais 506 (47,1%) foram devido a causas cardiovasculares. A mortalidade geral em 5 anos foi de 12,9% (IC95% 11,9 – 13,9) e a mortalidade cardiovascular, 5,7% (IC95% 5,1 – 6,4). Doença isquêmica do coração foi a principal etiologia de mortes cardiovasculares (290 mortes, 57,3%), seguida de doença cerebrovascular (84 mortes, 16,6%). Os principais fatores associados a mortalidade geral foram idade, diabetes mellitus, taxa de filtração glomerular, fração de ejeção ventricular esquerda, dimensão atrial esquerda, dimensão diastólica ventricular esquerda, hospitalização de urgência e duração da hospitalização.
Conclusão: Pacientes submetidos a CRM em um centro terciário apresentaram taxas de moderadas de mortalidade geral e cardiovascular em 5 anos. Os achados também destacam fatores prognósticos chaves, que podem auxiliar na estratificação de risco e no manejo clínico destes pacientes.