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Dermatopolimiosite com Envolvimento Cardíaco: Relato de Caso.

Fernando Cesar Maioto Junior, Tiberio Marciano Frini, Bárbara Maria Coutinho Silva, Eduarda Mariane de Macedo, Anna Clara de Melo Sousa Ferro, Mateus Lobato Lopes Moreira, Daniel Fernando Villafanha, Rodrigo Lemos de Almeida Castro
FACULDADE MEDICINA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – FAMERP - - SP - BRASIL

 

Introdução: A dermatopolimiosite é uma doença crônica, multissistêmica e autoimune, caracterizada por inflamação crônica da pele e dos músculos estriados. Apresenta-se em duas formas principais: miopática, com lesões musculares e cutâneas, e amiopática, com apenas lesões cutâneas. O sexo feminino é o mais afetado, e a idade média do diagnóstico é de 40 anos. Das alterações sistêmicas, a manifestação muscular mais frequente é a perda de força proximal, e a manifestação pulmonar mais comum é a pneumopatia intersticial. O envolvimento cardíaco é raro e, quando presente, as manifestações estão principalmente relacionadas à insuficiência cardíaca congestiva.

Relato de Caso: Paciente feminina, VCRM, 24 anos, negra, natural e procedente de São José do Rio Preto. Há 1 ano, apresenta queixa de fraqueza predominante em musculatura proximal de membros inferiores e superiores, associada a lesões hipercrômicas no dorso das mãos, colo e região anterior do pescoço, perda de peso de 21 kg no período e adinamia. Evolui com dispneia aos moderados esforços, progredindo para dispneia em repouso, ortopneia e dispneia paroxística noturna, além de edema simétrico de membros inferiores.

Em seguimento com equipe de reumatologia, foi realizado o diagnóstico de dermatopolimiosite devido ao quadro de perda de força muscular proximal, pápulas de Gottron, aumento de creatinofosfoquinase, artralgias e sintomas constitucionais (perda de peso e adinamia). A eletroneuromiografia foi compatível com miopatia.

Encaminhada para a equipe de Cardiologia para investigação de dispneia. O ecocardiograma revelou fração de ejeção (Teich) de 11,8%, com comprometimento da função global do ventrículo esquerdo e hipocinesia difusa. A cineangiocoronariografia mostrou artérias coronárias livres de lesões obstrutivas, com ventrículo esquerdo com contratilidade global discretamente deprimida. A ressonância cardíaca apresentou fração de ejeção reduzida biventricular com ventriculo direito 21% e ventriculo esquerdo 16% além de  realce tardio mesocárdico focal, de padrão não isquêmico, nas junções interventriculares anterior e inferior, estendendo-se linear e discretamente para o segmento anterosseptal basal, sugerindo acometimento cardíaco pela doença de base.

Conclusão: Existem várias causas de insuficiência cardíaca, por isso, a anamnese e o exame físico são essenciais para um bom diagnóstico. Miopatias inflamatórias devem ser consideradas, principalmente em pacientes jovens e do sexo feminino. Nesses casos uma abordagem multidisciplinar é essencial para diagnóstico e tratamento.

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