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"Cardiomiopatia Hipertrófica com Mutação no Gene TNNT2: Relato de Caso”

ANDRADE, R. A., WOLF, P. J. W., CORREIA, E. B., SASSAKI, E. M., BRUSCKY, L. V. R., PRESTES, L. A., SANTOS, M. R. G., NETTO, F. N., FRESCHI, L. D. V., TOMASI, A. K.
INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA - - SP - BRASIL

"Cardiomiopatia Hipertrófica com Mutação no Gene TNNT2: Relato de Caso”

Introdução: A Cardiomiopatia Hipertrófica (CMH) é caracterizada por um desarranjo das fibras miocárdicas, com manifestações clínicas variáveis conforme a mutação sarcomérica envolvida. As mutações nos genes MYH7 e MYBPC3 são as mais prevalentes, representando cerca de 70% dos casos. Outras mutações podem causar formas clínicas atípicas, o que pode dificultar o diagnóstico precoce. O objetivo deste trabalho é relatar o caso de uma dessas mutações com apresentação clínica atípica, o que retardou o diagnóstico e a terapêutica.

Relato de Caso: Paciente masculino de 46 anos, com histórico de dislipidemia e morte súbita em familiar de primeiro grau. Iniciou acompanhamento em 2002 devido a dispneia aos esforços e palpitações. O teste ergométrico mostrou infra de ST em parede inferior, mas a cintilografia não evidenciou isquemia. Manteve assintomático até 2007, quando nova cintilografia revelou hipocaptação anterosseptal, porém a coronariografia não mostrou lesões obstrutivas. Foi solicitado ecocardiograma (ECO), mas o paciente perdeu seguimento e não realizou exame. Em 2022, aos 65 anos, retornou ao acompanhamento com dor torácica, dispneia e palpitações, além de Holter com extrassístoles ventriculares frequentes e 3 episódios de taquicardias ventriculares não sustentadas. O ECO de 2022 revelou hipertrofia septal de 18mm, fração de ejeção de 64% e redução do Strain septal e inferior. A ressonância magnética confirmou hipertrofia septal e fibrose não coronariana de até 30% na região septal e inferior. O painel genético identificou variante patogênica no gene TNNT2, compatível com cardiomiopatia hipertrófica. Em 2024, foi indicado cardiodesfibrilador implantável (CDI) para prevenção primária de morte súbita.

Discussão: Apesar dos avanços nas técnicas de sequenciamento, em 30 a 40% dos casos de CMH a mutação causal não é identificada. Entre os 60-70% restantes, onde a mutação é detectada, há uma variabilidade clínica significativa. Estudos recentes mostram que a mutação no gene TNNT2 está associado à hipertrofia leve, por vezes não identificada ao ecocardiograma, e aumento da fibrose, predispondo a arritmias.

Conclusão: O diagnóstico precoce da CMH, especialmente em formas atípicas, é fundamental para melhorar o prognóstico dos pacientes e possibilitar a prevenção de morte súbita. A compreensão das variabilidades fenotípicas associadas a diferentes mutações genéticas é essencial para um manejo eficaz e para a identificação de riscos em familiares.

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